Diogo Mainardi x Paulo Henrique Amorim

só pra entender quando eles se peitaram..

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Paulo Henrique Amorim processou Diogo Mainardi

O Mainardi vai embora sem pagar o que deve

Cadê o meu dinheiro ?

Amigo navegante me telefona para dizer que o Diogo Mainardi escreveu na Veja, a última flor do Fascio, que vai embora.
(O meu simpático zelador tem instruções para não entregar o exemplar da Veja em casa. Ele corresponde a uma assinatura que não é paga desde tempos imemoriais, diria o Mino Carta. Não quero que o Daniel Dantas me processe por furto …)
Isso é um perigo.
O Mainardi me deve dinheiro.
Ele perdeu no Supremo Tribunal Federal, por decisão do Ministro Toffoli, recurso em uma causa que movo contra ele.
Contra ele e o patrão, o Robert(o) Civita.
Ele disse na revista do patrão que eu recebia dinheiro de quem eu não recebia.
Como aquele advogado de Dantas que, por isso mesmo, também me deve um dinheiro.
Clique aqui para ler na aba “Não me calarão” que Machado de Campos – que também me defendeu contra Mainardi – me levou a derrotar Nélio Machado.
Interessante que o próprio Mainardi foi quem disse que só escrevia por dinheiro.
Amanhã, vou perguntar ao José Rubens Machado de Campos como faço o Mainardi me pagar.
Preciso do dinheiro para enfrentar as 962 causas que o Daniel Dantas move contra mim.
Numa, já ganhei por 3 a 0.
Interessante: uma idéia me passou pela cabeça: será que existe algum nexo entre Mainardi e Daniel Dantas ?

Será que a fuga de um não prenuncia a do outro ?

Paulo Henrique Amorim

Mas porque antes ele escreveu essa coluna:

A Voz do PT

José Dirceu tem um blog. Quer saber quanto o iG gasta com ele? Eu também quero. Quer saber de quem é o dinheiro do iG? É seu, tonto! De quem mais poderia ser?

O iG pertence à Brasil Telecom. E a Brasil Telecom está na esfera dos fundos de pensão estatais. Eu já contei aqui na coluna como o lulismo tomou a Brasil Telecom de Daniel Dantas. Houve de tudo: financiamento ilegal de campanha, espionagem, chantagem, achaque e propina. Eu já contei também qual foi o papel de Lula na trama. Chega de me repetir. Quem quiser saber mais sobre o assunto, consulte o arquivo de VEJA. O que importa agora é como o iG está gastando seu dinheiro. E para onde ele está indo.

Luiz Gushiken é o ideólogo da propaganda lulista. Quando os fundos de pensão passaram a influir no iG, o portal se transformou na voz do PT. Caio Túlio Costa, aquele que Paulo Francis apelidou de "lagartixa pré-histórica", foi nomeado presidente do grupo em maio deste ano. De lá para cá, além de José Dirceu, foram contratados como comentaristas Franklin Martins, Paulo Henrique Amorim e Mino Carta. Todos eles na fase descendente de suas carreiras. Todos eles afinados com o DIP de Luiz Gushiken. Mais do que isso: Paulo Henrique Amorim e Mino Carta se engajaram pessoalmente na batalha comercial do lulismo contra Daniel Dantas. Quer saber quanto o iG paga a Franklin Martins? Entre 40 000 e 60.000 reais. Quer saber quanto ele paga pelo programa de Paulo Henrique Amorim? 80.000 reais.

O iG pode parecer pouca coisa. Mas é o terceiro maior portal do Brasil. Agora está pronto para difundir a propaganda do governo. O PT acaba de elaborar um documento em que pede uma "mudança nas leis para assegurar mais equilíbrio na cobertura da mídia eletrônica". Muita gente está alarmada com o documento. O temor é que, num segundo mandato, os lulistas atropelem as leis para tentar aumentar seu controle sobre a imprensa. O fato é que isso já aconteceu pelo menos uma vez neste mandato, quando a turma de Luiz Gushiken tomou de assalto o iG.

O documento do PT fala em oferecer "incentivos econômicos para jornais e revistas independentes". Independente, para o PT, é José Dirceu. É Franklin Martins. É Paulo Henrique Amorim. É Mino Carta. É o assessor de imprensa de Delcídio Amaral, que tem um blog político no iG. Só falta o Luis Nassif. Essa é a turma que, segundo o PT, precisa de incentivos econômicos do Estado. Carta Capital sempre atacou Daniel Dantas. Acaba de ser recompensada por um acordo com o iG. De quanto? Eu quero saber.

Lula cantarolou a seguinte marchinha, como relatam os repórteres Eduardo Scolese e Leonencio Nossa no livro Viagens com o Presidente:

"Ei, José Dirceu,

devolve o dinheiro aí,

o dinheiro não é seu"

Lula conhece muito bem José Dirceu. Se diz que o dinheiro não é dele, é porque não é mesmo. Devolve o dinheiro aí, José Dirceu.

Aqui se diz que ele perdeu

Em 06/09 do ano passado, a revista Veja publicou coluna de Diogo Mainardi, intitulada "A voz do PT". Nela, Mainardi fazia referência à Brasil Telecom, ao iG (pertencente à empresa) e aos jornalistas Paulo Henrique Amorim, Franklin Martins e Mino Carta, dizendo que todos faziam propaganda do governo e "todos eles estavam na fase descendente de suas carreiras". Ainda segundo Mainardi, tanto Amorim quanto Mino Carta se engajaram na batalha comercial do lulismo contra Daniel Dantas, sendo que Paulo Henrique receberia R$ 80 mil por isso.

Em razão deste texto, alegando ofensa a sua honra pessoal e profissional, além de violação à sua intimidade, Paulo Henrique Amorim entrou com ação na Justiça contra Diogo Mainardi e a Editora Abril - que publica a revista Veja - pedindo indenização por danos morais, em um valor "não inferior a 1,5 mil salários mínimos", acrescido de R$ 0,50 por cada exemplar da revista posto em circulação.

No entanto, a ação foi considerada improcedente. O juiz Manoel Luiz Ribeiro, da 3ª Vara Cível de Pinheiros, na capital paulista, disse que o artigo de Mainardi revelando a conduta de Amorim era matéria de interesse público. "Não é possível esquecer que o autor das ação é um homem público, um jornalista renomado, uma personalidade notória, que, dessa forma, tem a sua imagem e vida íntima ou privada sujeita a uma maior exposição pública", disse a sentença.

O juiz disse, ainda, que quando se trata de mencionar a "fase descendente" da carreira de Amorim, o intuito não foi de menosprezá-lo, mas de enfatizar que o jornalista está em um veículo de menor expressão do que esteve outrora. "Sem dúvida o autor já foi jornalista da Rede Globo de Televisão, apresentando programas de elevadíssima audiência, de forma que a expressão 'carreira descendente' visa apenas identificá-lo como estando hoje em um veículo de menor expressão", fazendo referência ao IG.

A decisão é passível de recurso. A Editora Abril e Diogo Mainardi foram defendidos pelos advogados Alexandre Fidalgo e Thais Matos do escritório Lourival J. Santos.

Mas aqui, que ele ganhou.

AMORIM vs. MAINARDI

Em decisão julgada pela 5ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo nesta quarta-feira (06/08), Diogo Mainardi e a Editora Abril terão que pagar R$ 207.500,00 ao jornalista Paulo Henrique Amorim. Para o desembargador e relator do processo Oldemar Azevedo e outros dois juízes, o colunista da revista Veja se excedeu no texto publicado na edição da revista do dia 06/09/06.

Segundo Mainardi, Amorim está na fase descendente de sua carreira, e o iG o contratou por R$ 80 mil oriundos de fundos de pensão de empresas públicas.

O colunista de Veja também escreveu que Amorim se engajou pessoalmente numa batalha comercial do "lulismo contra Daniel Dantas". Segundo Mainardi, o dinheiro gasto para o iG manter a página de PHA era público e que o portal seguia uma linha editorial "petista".

Paulo Henrique Amorim move duas ações contra Mainardi pela mesma coluna, uma na esfera cível e outra na criminal. A juíza Michele Pupullin, do TJ-SP, absolveu Mainardi do processo movido na área criminal. Na esfera cível, Mainardi ganhou na primeira instância.

Cabe recurso ao Superior Tribunal de Justiça.

Aqui também, que ele ganhou, e algumas coisas sobre ele.

Paulo Henrique Amorim ganha ação criminal contra Mainardi

Acusado de usar seus espaços na imprensa para defender interesses privados e fazer propaganda do governo em troca de patrocínio, o blogueiro Paulo Henrique Amorim conseguiu reverter no Tribunal de Justiça de São Paulo uma derrota. O jornalista Diogo Mainardi, da revista Veja, que na primeira instância havia sido inocentado, foi condenado — mas vai recorrer — por ter publicado que Amorim está na fase descendente da carreira e que se engajou na batalha comercial do lulismo contra Daniel Dantas em troca de R$ 80 mil por mês.

Para a 13ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, a descrição feita por Mainardi foi ofensiva. Os desembargadores acolheram apelação de Amorim e condenaram o colunista por calúnia e difamação. Amorim, que havia pedido e obteve segredo de justiça, enquanto perdia, tomou hoje a iniciativa de divulgar a reversão.

O advogado Alexandre Fidalgo, do escritório Lourival J. Santos Advogados, que já começou a preparar o recurso, considerou a decisão uma “afronta ao direito constitucional de manifestação do pensamento que fere o direito ao exercício de opinião, que o Estado Democrático de Direito permite”.

Para Fidalgo, a decisão é contrária a toda a prova colhida em primeira instância. “Mesmo a prova da acusação direciona o julgamento para a manutenção da sentença de primeira instância, posto que as testemunhas foram contundentes em falar que não vislumbraram intenção delitiva de Diogo Mainardi”.

Telejornalismo

Paulo Henrique Amorim está enredado em outros conflitos. A revista Consultor Jurídico publicou, no final do ano passado, entrevista de Luciane Araújo, testemunha em processo que corre em Milão (clique aqui para ler). Ele está em uma lista de pessoas — algumas com status de autoridade — contratadas para afastar Daniel Dantas do comando da Brasil Telecom.

O material produzido pelo jornalista era festejado quando chegava à Itália, conta Luciane Araújo, contratada como tradutora por uma empresa de segurança que prestou serviços à Telecom Italia: “Quem tem o Paulo Henrique Amorim não precisa de mais ninguém”, costumava dizer o chefe de operações clandestinas da Telecom Italia, Mario Bernardini, cuja missão era conseguir para o grupo italiano o que a Telemar deve conseguir agora — incorporar a Brasil Telecom.

Quem coordenava os colaboradores brasileiros da disputa era o empresário Luís Roberto Demarco, criador das Lojinhas Virtuais do PT, um esquema de arrecadação partidária que ajudou a eleger Lula. Pela apuração feita na Itália, Demarco recebeu pelo menos meio milhão de dólares dos espiões da Telecom Italia. Essa receita não foi declarada no Brasil. Demarco é sócio de Amorim em um projeto comercial batizado de “Brasil Limpo”. A idéia é financiar jornalistas em dificuldades e que queiram escrever para eles.

Paulo Henrique Amorim descreveu à Folha de S.Paulo no ano passado como pratica seu jornalismo: “Quando a gente senta no computador para escrever, é como se estivesse apertando aqueles botões que disparam mísseis”, disse ele, referindo-se a seu trabalho. “Cada vírgula minha tem um alvo”, completa, dizendo que a sua atuação “é um exercício de pancadaria verbal, de pancadaria ideológica”.

O convidado de estréia de seu telejornal na TV Bandeirantes, em 1997, foi o presidente Fernando Henrique Cardoso, com quem antes se encontrou na presença de Sérgio Motta, no Palácio da Alvorada. Ao mesmo tempo, fulminava Lula com acusações cuja gravidade aumentava com a proximidade das eleições. Acusado de desonesto por ele, Lula processou a TV Bandeirantes.

Com o PT no poder, Amorim passou a apoiar seu governo com entusiasmo. Mas o presidente jamais lhe deu entrevista, apesar de insistentes pedidos. Os governos Sarney e Collor ele cobriu pela TV Globo.

Também em relação às empresas jornalísticas que o contratam ele muda de opinião de forma surpreendente. Depois de sair da Globo, escreveu um livro contra a emissora. No rastro de sua saída da TV Bandeirantes, ficaram pelo menos cinco processos judiciais de parte a parte. Hoje ele trabalha na TV Record, seu tema predileto de piadas quando está entre amigos.

Deixou o iG em pé de guerra com o portal. De acordo com a direção do iG, o conteúdo do blog de Paulo Henrique Amorim foi colocado à sua disposição. Mas o blogueiro preferiu recorrer à Justiça para obter o banco de dados.

“A briga” em detalhes..

A opinião e o fato

"Perdi! Não vou conseguir metê-lo na cadeia!" A frase foi dita pelo jornalista Paulo Henrique Amorim ao sair da sala de audiências da 1ª Vara Criminal do Fórum de Pinheiros, em São Paulo. Amorim, blogueiro do portal iG e animador de programas da TV Record, queria colocar na cadeia o colunista Diogo Mainardi, da revista Veja, porque este escreveu que ele, na fase descendente de sua carreira, foi contratado pelo portal iG por R$ 80 mil e se engajou pessoalmente "na batalha comercial do lulismo contra Daniel Dantas".

Paulo Henrique Amorim e Diogo Mainardi compareceram nesta segunda-feira (17/12) ao Fórum de Pinheiros na primeira audiência do processo criminal que o primeiro move contra o segundo por injúria e difamação. A avaliação de Amorim sobre o possível desfecho da causa é calcada em seu próprio comportamento em Juízo. Na audiência, comandada pela juíza Aparecida Angélica Correia Nagao, Amorim rejeitou qualquer tentativa de acordo e se alterou em diversas ocasiões nos cerca de 30 minutos em que a juíza tentou, em vão, compor as partes.

No tribunal, os dois jornalistas interpretaram papéis trocados. Amorim tentou demonstrar que já não tem a credibilidade que teve um dia e que a culpa disso é de Mainardi, a seu ver, um dos jornalistas mais influentes do país. O colunista de Veja, por sua vez, tentou evidenciar que o prestígio do colega é o mesmo de sempre e que se projeta pelo seu salário: Amorim disse que ganha cinco vezes mais que o colega "em apenas uma das atividades".

"A senhora confiaria em um jornalista que escreve a soldo? Em um jornalista filiado a um partido político? Ele escreveu que eu trabalho a soldo, por interesses comerciais", repetia Paulo Henrique Amorim, demonstrando inconformismo com o texto de Mainardi. O jornalista insistiu na tese de que perdeu credibilidade em razão da coluna publicada em setembro de 2006 na Veja. "A senhora não deve acreditar no que eu escrevo porque eu sou um jornalista sem credibilidade. Não sei por que a senhora me ouve", disse à juíza.

Separados por uma cadeira na qual estava sentada a advogada Maria Cecília Lima Pizzo, Amorim e Mainardi trocaram acusações, ofensas e filosofaram sobre o que é fato e o que é opinião. Como se estivessem em um talk-show, discorreram sobre as intenções de quem escreve uma notícia com o intuito de ofender pessoas ou simplesmente de narrar fatos — foi a batalha do animus injuriandi versus o animus narrandi. A discussão entre os dois, tendo como moderadora a juíza, durou quase meia hora, praticamente toda a primeira parte da audiência.

"Eu não o processo quando você me chama de caluniador e fascista em seu blog", disse Mainardi a Amorim. "Ou a minha credibilidade não é atingida quando você escreve que eu sou fascista?", questionou. "Mas isso é opinião, não matéria de fato", respondeu Amorim. "Então, o que você diz é opinião e o que eu digo é fato? Ok, assino embaixo", ironizou Mainardi.

A juíza perguntava a Amorim: "O senhor acredita que um artigo pode abalar sua credibilidade? Que o texto mudou a opinião que o público do senhor tem a seu respeito?". Apaziguadora, a juíza indicava uma possível saída conciliatória. Sem sucesso.

"Este rapaz é best-seller. Quanto vendeu até agora seu livro?", perguntou Amorim. "55 mil exemplares", respondeu Mainardi. "Qual é a tiragem de Veja?", insistia Amorim. "Mais de 1 milhão de exemplares", respondeu Mainardi.

Para Amorim, o fato de a Veja imprimir 1 milhão de revistas, de o livro do colunista, Lula é Minha Anta, já ter vendido 55 mil exemplares e de o programa Manhatan Connection, no qual Mainardi é um dos debatedores, ter audiência "qualificada" demonstram o alcance do suposto ataque à sua honra. "Ele tem influência e disse a todos que eu escrevo a soldo", afirmou. Para se vitimizar, Amorim fez a única coisa que não gostaria de fazer: reconheceu o sucesso do inimigo.

Mainardi também resolveu falar de soldo: "E ainda assim você ganha cinco vezes mais do que eu". Amorim respondeu: "Mas aí é problema de incompetência". O advogado Alexandre Fidalgo, um dos que representam o colunista de Veja, perguntou: "Acusação de incompetência é fato ou opinião?". E a juíza, novamente, entrou para esfriar os ânimos.

Em diversos momentos da audiência, Paulo Henrique Amorim leu, para que todos ouvissem, trechos do artigo de Mainardi. Em uma dessas leituras, protestou: "Ele disse que eu sou amigo de Luiz Gushiken". Mainardi retrucou: "Mas ser amigo do Gushiken é ofensa?". Amorim respondeu: "A questão é que eu não sou amigo do Gushiken e no contexto em que está escrito é, sim, ofensivo".

Depois da tentativa de conciliação, Amorim deixou a audiência porque iria viajar para os Estados Unidos, um país, segundo ele, "onde quem escreve isso vai para a cadeia". Pediu desculpas à juíza pela atitude nervosa e as elevações de voz, e justificou: "Reagi dessa maneira porque nunca antes fui ofendido dessa maneira". Mainardi foi gentil: "Obrigado, pelo espetáculo".

O dinheiro e o estilo

Frustrada a tentativa de conciliação, apesar de todo o esforço da juíza Aparecida Angélica, começou a oitiva de testemunhas. Os advogados de Paulo Henrique Amorim, José Rubens Machado de Campos e Maria Cecília Lima Pizzo, convocaram os jornalistas Heródoto Barbeiro e Rubens Glasberg e o economista e professor da Unicamp Luiz Gonzaga Belluzzo. A defesa de Mainardi, feita pelos advogados Alexandre Fidalgo e Lourival J. Santos, trouxe para depor o jornalista Reinaldo Azevedo.

Questionado, Heródoto Barbeiro afirmou que trabalhou por três anos na TV Cultura com Paulo Henrique Amorim e que o considera um profissional sério. Disse que os termos usados por Mainardi na coluna são subjetivos, mas que se há ou não ofensa cabe à Justiça dizer. Para Barbeiro, a liberdade de expressão existe e deve ser assegurada, "mas você responde pelo que diz ou escrever".

A tese de defesa de Amorim centra-se no argumento de que não há interesse público capaz de justificar o texto de Mainardi. Para o advogado Machado de Campos, "o pretexto para as ofensas foi a suposta natureza pública do dinheiro. Mas os acionistas do iG são empresas privadas. Os fundos de pensão têm natureza privada".

Já a defesa de Mainardi lembrou o fato de que parte do dinheiro dos fundos de pensão que controlam a Brasil Telecom, dona do iG, é, sim, público, já que se trata de fundos de pensão de empresas estatais.

Os advogados de ambas as partes também insistiram nas perguntas sobre a vontade do colunista de Vejade ofender ou não. Com maior ou menor ênfase, todas as testemunhas concordaram que a coluna em que Paulo Henrique Amorim é mencionado segue o estilo usual de escrever de Mainardi. Não houve tratamento diferente de outros personagens citados em outros textos. Logo, se não houve intenção de ofender, não há crime. Eis a tese central da defesa de Mainardi.

Em seu testemunho, o professor Belluzzo disse que se "sentiria ofendido" de ser citado da maneira como Amorim foi citado, que "não escreveria uma coluna" da mesma forma, mas ressaltou que se trata do estilo de Mainardi. "Exprime o modo dele de estar no mundo", disse. O professor, recém-eleito presidente do conselho da TV Pública e fundador da Facamp — faculdade que aprovou quase 90% dos alunos no Exame de Ordem — disparou uma crítica geral à imprensa: "Jornalistas podem e devem expressar opinião, mas não podem atuar como juízes. Tenho dificuldade de aceitar esse juízo definitivo sobre as coisas, sem que haja respeito aos valores democráticos".

O jornalista Reinaldo Azevedo, colunista e blogueiro da Veja, afirmou não notar diferença na coluna em que Amorim é citado, reforçou que o texto seguiu o padrão de Mainardi e criticou o que classificou como judicialização do debate. Para ele, as diferenças de pontos de vista não deveriam ocupar o tempo do Judiciário. "É publico que há identificação de pontos de vista de Paulo Henrique Amorim com o grupo que controla a Brasil Telecom, o que não é ilegal", disse.

Azevedo ressaltou que o jornalista que dá opinião tem de saber lidar com a crítica. "Eu sou bastante criticado por minhas opiniões. A diferença é que eu não saio processando todo mundo", afirmou. O jornalista chegou a fazer a análise semântica da expressão descendente em razão de Mainardi ter dito que Amorim está "na fase descendente" de sua carreira.

Para Reinaldo Azevedo, é fato, não ofensa, dizer que um jornalista que foi chefe da sucursal de Nova York da Rede Globo descendeu na carreira porque está hoje na Record — entendimento, por sinal, adotado pelo juiz de primeira instância ao rejeitar a ação de indenização que Amorim move contra Mainardi em razão da mesma coluna. "Sem dúvida o autor já foi jornalista da Rede Globo de Televisão, apresentando programas de elevadíssima audiência, de forma que a menção à ‘carreira descendente’ visa apenas identificá-lo como estando hoje em veículo de menor expressão do que aquele outrora", escreveu o juiz Manoel Luiz Ribeiro, da 3ª Vara Cível de Pinheiros.

Para mostrar que ao menos a visibilidade de Amorim hoje é certamente menor do que antes, Reinaldo Azevedo lembrou que a Globo tem média de 23 pontos de audiência no Ibope, enquanto a emissora do Bispo Macedo tem menos de seis pontos.

O desfecho

A ação penal de Amorim contra Mainardi segue seu curso. No dia 17 de janeiro há a oitiva de uma testemunha de defesa no Rio de Janeiro. E foi marcada nova audiência para ouvir o jornalista Márcio Aith, da revista Veja, para o dia 20 de outubro. Depois disso, é aberto o prazo para as alegações finais das partes. Então, a juíza dá a sentença.

A defesa de Mainardi pode abrir mão do depoimento de Aith. Se isso acontecer, a sentença pode sair no ano que vem. Se aguardar pelo depoimento do jornalista, o caso terá uma decisão somente em 2009.

Na esfera cível, Paulo Henrique Amorim perdeu a ação que move contra Mainardi em primeira instância. O pedido de indenização por danos morais foi motivado pelo mesmo texto que deu causa ao processo criminal. O advogado José Rubens Machado de Campos informa que já entrou com Embargos de Declaração contra a sentença.

Mas mainardi foi condenado a prisão no fim das contas??

Diogo Mainardi está saindo do país. Na sua crônica, brinca com o medo de ser preso. É medo real. Condenado a três meses de prisão pelas calúnias contra Paulo Henrique Amorim, perdeu a condição de réu primário. Há uma lista de ações contra ele. As cíveis, a Abril paga - como parte do trato. As criminais são intransferíveis. E há muitas pelo caminho.

Há meses e meses meus advogados tentam citá-lo, em vão. Foge para todo lado. A intimação foi entregue na portaria do seu prédio, mas os advogados da Abril querem impugnar, alegando que não foi entregue em mãos. Tudo isso na era da Internet, quando todo mundo sabe que ele está sendo procurado para ser intimado.

A outra ação, contra Reinaldo Azevedo, esbarra em manobras protelatórias dos advogados da Abril. A ação prosperou porque colocada no Fórum da Freguesia do Ó - região da sede da Abril. Os advogados da Abril insistem em transferi-la para a Vara de Pinheiros.

Minha ação de Direito de Resposta contra a Veja vaga há quase dois anos, devido à ação da juíza de Pinheiros. Primeiro, considerou a inicial inepta. Atrasou por mais de ano a ação. Em Segunda Instância, por unanimidade o Tribunal considerou a ação válida e devolveu para a juíza julgar. Ela se recusou, alegando que a revogação da Lei de Imprensa a impedia - o direito de resposta está inscrito na Constituição Federal.

No caso da ação Mainardi-Paulo Henrique Amorim, ela absolveu Mainardi, alegando que as ofensas não passavam de mero estilo de linguagem que não deveriam ser levadas a sério. O disparate da sentença foi revelado pelo próprio TJ-SP ao considerar que o autor merecia uma condenação de três meses de prisão.

O problema não é Mainardi. É apenas uma figura menor que, em uma ação orquestrada, ganhou visibilidade nacional para poder efetuar os ataques encomendados por Roberto Civita e José Serra.

Quando passar o fragor da batalha, ainda será contado o que foram esses anos de infâmia no jornalismo brasileiro.

    e AI, Esse último texto pode voltar ao primeiro…

    Abaixo a opnião de Reinaldo Azevedo da Veja, que foi testemunha de Mainardi

    Amorim não gostou. Processou Diogo. Duas vezes, civil e criminalmente. Já perdeu o primeiro processo em primeira instância. Fui depor ontem como testemunha de defesa de Diogo no segundo. Sou um tanto desligado dessas coisas. Tenho muito o que fazer para ficar me ocupando de debater jornalismo em tribunal. Jurava que era nesta terça.

    Limitei-me a responder o que me perguntaram a juíza e os advogados das duas partes. Conto aqui alguns detalhes porque o processo é público, não corre em segredo de justiça. Segundo entendi, a partir das perguntas que me fizeram, Paulo Henrique não contesta o salário informado por Diogo. Também não pode contestar que o iG pertença a Brasil Telecom. E parece fato igualmente incontestável que os jornalistas identificados com o PT e com Lula têm especial apreço pelo iG — ou o contrário; ou, ainda, as duas coisas. Também não dá para negar que o governo se esforçou para tirar Daniel Dantas do comando da Brasil Telecom — como se lê no texto acima, trata-se de uma relação, digamos, explosiva.

    Paulo Henrique só pode ter-se sentido agravado, acho eu, com a afirmação de que ele está no grupo das pessoas que vivem “a fase descendente” de suas respectivas carreiras. Não se trata, quero crer, de um juízo moral, mas de fato. Ainda que ele próprio considere ascensão profissional ser uma estrela da emissora do bispo, o fato é que já foi uma estrela do jornalismo da Globo. Hoje em dia, o ex-diretor da sucursal de Nova York da maior emissora do país pode servir de escada para os humoristas de um quadro chamado “Bofe de Elite”, em companhia de Tiririca e Alexandre Frota.

    Não pretendo aqui contar detalhes do diálogo ocorrido na sala da juíza. O que me espantou, confesso, foi outra coisa. Ao encerrar a sua intervenção, bastante exaltado — podia-se ouvi-lo de fora —, Paulo Henrique comentou: “Acho que perdi. Não vou conseguir metê-lo [Diogo] na cadeia”. E contou ter sido repreendido por sua própria advogada em razão de seu comportamento inconveniente durante a sessão. Cadeia? Por causa do texto acima? É esta a tolerância dos que acusam a intolerância alheia? Talvez vocês não queiram perder o seu tempo pesquisando os adjetivos com os quais o próprio Paulo Henrique já brindou Diogo Mainardi. Também já pôs no ar uma longa entrevista com um senhor que me processa, dando-lhe amplo “direito de ataque”, sem nem se ocupar em saber se eu teria algo a dizer. É o seu modo de fazer as coisas. Mas cadeia? Já imaginaram? Na República de Amorim, o primeiro preso seria Diogo Mainardi.

    Na ante-sala da juíza, em tom amistoso, admito, afirmou que o chamei de “pederasta” e que não pensava em me processar. Ainda bem pra ele. Iria perder.
    — Eu? Eu não chamei, não.
    — Chamou, sim. Disse que eu era “catita”.

    Se vocês entrarem no dicionário, “catita” quer dizer “que ou quem se veste bem e/ou tem elegância”. Nem é o que eu penso de Paulo Henrique. No quadro Bofe de Elite, de fato, ele era o único em trajes aceitáveis diante de um monte de supostos soldados, vestidos de preto e com botas cor-de-rosa. Só me restou lembrar-lhe que “catita” não é sinônimo de “pederasta”. E que ele poderia ser catita e heterossexual ao mesmo tempo... E ainda que não fosse possível, noto agora: não tenho nada com isso.

    De fato, como vêem, há um quê de ridículo nessa judicialização do debate político e jornalístico. Ainda bem que essa gente não vai conseguir fazer o Brasil com o qual tanto sonha, não é? Vocês já viram os primeiros que gostariam de ver em cana. Vocês já sabem quem eles consideram ser o mal do Brasil...