“E não foi "privilégio" (até mesmo algo como um tipo de "cota social" - por ser privilégio indevido, espúrio e escandaloso) o que os brancos ao longo da história conseguiram explorando a mão de obra dos negros, tirando destes direito que eles sempre tiveram? Sabe o que sobrou pros negros após a escravidão: as ruas, o que são hoje as favelas, a marginalidade social. Sabe porque ter cota não é exatamente preconceituoso e desrespeitoso? Por que é uma emergencia histórica. Obvio que tem que se investi em educação sim, mas vamos pensar o enorme desentalo que o estado tem a cada ano que formam pessoas que, sem essas "regalias", até pouco tempo não tinham expectátiva nenhuma. E que consequentemente entraram no mercado de trabalho. Mesmo que imagimenos um país fantástico onde se façam faculdades aos montes, a vida caminha noutro passo para os marginalizados e o resultado vem mais é a longo prazo, daqui a uns vinte anos essa conversa de cota não vai ter o menor sentido.”
Inspirado de um comentário meu no Facebook.
outra:
Diz-se que 'o sistema de cotas não repara'. Ora, ele pode até não reparar como se acredita ser melhor. Mas alguma coisa ele repara. Outra, uma coisa é discutir sobre a precariadade do ensino, outra é o acesso emergencial ao ensino superior. Uma não exclui a outra, ambas são importantes. Mas vamos ser contra as cotas por esse motivo? Algo que está benefeciando já milhões de jovens pobres que precisariam esperar investimentos? Esses mesmos jovens poderão voltar no tempo pra fazer um novo ensino fundamental e médio? Quanto a essa questão de divisão de raças, isso eu até concordo que o mais correto seriam "cotas sociais", e até já existem movimentações quanta a essa mudança de 'foco'. Mas todo o principio em ser 'racial', não influi nessa questão discriminatória e divisora, pois a maioria dos pobres que tiverem cotas sofrerão o mesmo preconceito, e haverá a mesma segregação. Será que o importante mesmo não seria combatermos os discriminadores? As cotas não dividem o país, as pessoas dividem o país, se quiserem.